Seja crítico. Forme sua própria opinião sobre as coisas.
- Ana Luísa Vahl Dias

- 2 de jan.
- 3 min de leitura
Leia, discuta, ouça muito. Compartilhe. Ame, e repudie. Seja crítico, haja criticamente.
Pesquise, analise, veja o que funcionou. Aplique, avalie, confira o que não deu certo. Garanta que a sua opinião seja sua, mesmo que baseada em outra pessoa. Garanta que a sua certeza seja certa para você, e não mais uma absorção superficial de uma teoria qualquer.

Nos perdemos quando não sabemos quem somos e não sabemos quem somos enquanto não conhecemos nossa verdade. Não existe certo e errado, bom e mau, bonito e feio. Existem convenções sociais e estas estão aí para serem desafiadas, discutidas, quebradas e reconstruídas.
A roupagem é tão somente uma roupagem e, do mesmo jeito que a instauramos, somos capazes de destituir, seja o que for.
O certo é certo até alguém achar errado. Não se apegue a verdades absolutas, pois elas não existem. A relatividade é caos e caos é ordem. Tudo faz parte do mesmo cerne.
Nós construímos o que vivemos. Nós escolhemos construir uma sociedade baseada na exploração e definimos que acreditávamos, tal qual uma religião, que este é o único caminho.
Mas assim como existem várias religiões e vários possíveis destinos para o ser humano pós mortem, existem diferentes formas de fazer a mesma coisa.
O que define que algo é bem sucedido? Qual é a métrica de sucesso de um sistema?
Construa sua própria verdade. Assim como as pessoas acreditam no modelo capitalista, pode-se criar outras formas de viver. Assim como as escolas ensinam de forma linear, podem existir diferentes mecanismos de aprendizado.
Não existe apenas uma opção. São infinitas, o universo é infinito, assim como as possibilidades. Somos sociedade sem deixar de ser indivíduo. O segredo está na variedade. A natureza já nos explicou: quanto maior a diferença, melhor a evolução. Genes iguais geram um ser frágil, genes diferentes garantem seres fortes.
Encontre a sua verdade - ou a crie, se preferir.
Não se afogue em verdades absolutas contadas ao longo dos anos, mergulhe no desconhecido mar de conhecimento disponível, bem aí, na sua frente. No seu celular, em um livro, num filme, no bar de esquina da sua rua, numa despretensiosa conversa com seu vizinho, num pedaço de jornal velho. Encontre e abrace as oportunidades diárias de se desenvolver, de encontrar a si mesmo nas diversas variações sobre o mesmo tema.
Quando cansar, descanse. Não é verdade que precisamos caminhar o tempo todo, muito pelo contrário: o momento que precede o germinar faz parte do desenvolvimento saudável de uma semente.
Seja livre e se responsabilize pela sua liberdade. Não transfira a responsabilidade sobre a sua existência para verdades absolutas. Encontre o seu caminho e se permita reconstruí-lo sempre que necessário.
A vida é uma eterna entropia que, na medida certa, gera ordem, desenvolvimento e criatividade, mas no seu auge, leva a maior realização de todas: ao caos e à morte. Existe uma tendência universal comum a todos os sistemas a abandonarem a aparente ordem pela crescente desordem.
Por isso, não se engane: até a verdade mais antiga pode, a qualquer minuto, tornar-se sinônimo do maior caos existente. Não existe um caminho certo, mas sim caminhos - e só. Seja você, se conheça, se explore e se encontre. E se perca. A vida é sobre o que você quiser que ela seja. Torne a sua vida o mais emocionante que ela possa ser e cresça.
Assim como a entropia é uma tendência comum a todos os sistemas, a evolução é uma tendência comum a todos os seres.
Evoluir dói, mas te permite coisas inimagináveis após o processo.
Aproveite a sua jornada.








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