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Quando te faltar ar, olha o céu

  • Foto do escritor: Ana Luísa Vahl Dias
    Ana Luísa Vahl Dias
  • 17 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jun. de 2023

Às vezes a gente precisa parar um pouco, respirar e olhar o céu. A correria da vida moderna nos tira do eixo, mas olhar o céu - e reparar suas nuances - faz com que reflexões importantes se apresentem na nossa mente e aí é com a nossa imaginação.



Pessoalmente, gosto do céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. Gosto de admirar sua imensidão, perceber suas variações, reparar na diferença de tons e nuances que pintam a tela infinita que há sobre nossas cabeças.

Gosto de ver como ele transcende o comum, indo de roxo-azulado para azul-acinzentado, ficando esbranquiçado, tal qual uma tela muito bem pintada por alguém que sabe bem a técnica de mistura de cores. Logo, por tristeza de ver o sol dando tchau ou por ansiedade de receber o brilho prateado da lua, o céu logo fica alaranjado-arroxeado e, antes mesmo de ser possível definir qual cor predomina, o escuro se faz dono da imensidão noturna, que fascina. Então, quando mais parece que a luz do sol não vai voltar, o início de um novo dia o deixa habitar de novo o céu, dando vida ao azulão que nos acompanha durante o passar do dia, energizando o coração. É bonito perceber que, apesar da dança contínua dia-noite-noite-dia, as cores jamais se repetirão com o mesmo padrão de suas antecessoras, são obras de arte únicas em cada segundo do existir.


As nuvens que, livres, às vezes parecem aquarela, às vezes parecem algodão, viajam sem escalas por toda a imensidão celeste até a linha do horizonte, indo e vindo sem nunca cansar dessa dança ritmada. Preenchem o céu, parecendo parte dele, embelezando-o com maestria e, depois, se vão. Então, a liquidez se mostra tão fervorosa que, mesmo relações em que parecem perfeitas, as partes precisam seguir seu próprio curso para que o tempo possa fluir e o céu possa ser céu amanhã também.


O astro-rei-sol cede um pouco da sua luz à rainha-branca-lua na maioria do mês para que os viajantes da noite - ou mesmo para os que são, como eu, apenas admiradores da beleza de uma noite cheia de estrelas - possam ser iluminados e guiados por uma luz calma, clara, terna e acolhedora que revela o que de mais intimo - e belo - há nas sombras. A beleza das sombras não pode ser revelada sem a dança combinada entre o dia e a noite; entre o sol e a lua; entre a luz e as sombras.


Nos dias de chuva o céu escurece, emudece e logo faz uma barulhada. Seus raios e trovões dançam numa apresentação completamente oposta ao céu azul. Nada há de assustador numa tempestade barulhenta e altiva, visto que ela traz consigo a beleza do florescer, do caos que dá lugar à ordem e ao brilho de um arco íris nascente. Mesmo assim, talvez o mais bonito na tempestade seja que, sobre sua malha de raio-trovão, há um imenso céu azul apenas apreciando a apresentação.


A verdade é que o céu é único e mutante, assim como nós; é dono de uma beleza pura e simples, estonteante, assim como nós; é livre e preso à nossa percepção, assim como nós; é caos e é calmaria, é coração. Quem te parece?

É bom olhar pro céu e entender que nós somos nuvem, cor, luz e escuridão, nós somos todas as nuances que foram, são e virão e a graça de estar vivo nessa vida moderna é, exatamente, ser único a cada dia, às vezes mais bonito, às vezes menos, mas sempre ávidos pela nossa próxima versão.

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